Por que escolher entre chorar ou dançar quando você pode fazer as duas coisas?
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Como declara a estrela do pop sueca na primeira faixa: “Fembots have feelings, too” [em tradução livre: “Fembots também têm sentimentos”]. E o que não falta em Body Talk (2010) são sentimentos. O álbum lançou dois dos hits “sofrência” que ajudam a definir o século 21 – “Dancing On My Own” e “Call Your Girlfriend” –, inspirando uma onda de hinos dolorosos, mas triunfantes, para chorar na pista.
Mas o núcleo emotivo de Body Talk é representado por mais do que esses dois clássicos instantâneos. Em “Love Kills” e “Hang With Me”, Robyn lembra a importância de se blindar contra as potenciais dores do amor e corações partidos. Junto com esses consideráveis momentos de vulnerabilidade, também não faltam faixas que transbordam autoconfiança rebelde e cheia de si: a nervosa “Don’t F*****g Tell Me What to Do” e a bizarra, porém maravilhosa, colaboração com Snoop Dogg, “U Should Know Better”, com suas batidas pulsantes e ostentação divertida – poucas estrelas do pop poderiam cantar algo como: “Even the Vatican knows not to f**k with me” [“Até o Vaticano sabe que não deve mexer comigo”].Todas as faixas aqui são endossos irrefutáveis à visão articulada em “Fembot”: este é um álbum imaculado e seguro de si, que apresenta uma protagonista sem medo de despir a própria alma.
“Qualquer bom compositor de pop vai te dizer que Robyn é uma enorme inspiração.”