Highway 61 Revisited, por Bob Dylan

Highway 61 Revisited

Bob Dylan

Dylan abraça a guitarra elétrica e muda a linguagem do rock

“Preciso de um caminhão basculante, mãe, para descarregar a minha cabeça”, canta Bob Dylan em “From a Buick 6”, do epifânico Highway 61 Revisited. Àquela altura, Dylan era o poeta sarcástico da contracultura emergente e tinha muita coisa na cabeça. Em maio de 1965, depois de uma alucinante turnê no Reino Unido e de cinco álbuns nos três anos anteriores, ele estava exausto. Dylan estava sem coisas para dizer ou sem vontade de dizê-las?

“O álbum marca exatamente o momento em que você vira um rockstar, decide fazer algo um pouco diferente e com isso irrita muita gente.”

Ondara

Dylan aborda a barbárie do mundo em “Just Like Tom Thumb's Blues”, a superficialidade da alta sociedade em “Ballad of a Thin Man” e os labirintos do coração em “It Takes a Lot to Laugh, It Takes a Train to Cry”. A mente superaquecida de Dylan levava o teatro da experiência humana para a música enquanto a Guerra do Vietnã se intensificava e o movimento pelos direitos civis sacudia os EUA. Highway 61 Revisited mudou a linguagem e o horizonte do rock.

The Blueprint

JAY-Z

Em 2001, ele estava no topo – mas ainda faltava alguma coisa

Apenas alguns anos antes de The Blueprint sair, JAY-Z não conseguia fechar com um selo. Depois, ele não só carregou a cultura nas costas, mas ajudou a legitimá-la para um público que ainda poderia ver o rapper como uma moda passageira. Lançado em 11 de setembro de 2001, The Blueprint já chegou com status de clássico. É brutal (“Takeover”), arrogante (“Girls, Girls, Girls”), divertido, como em “Izzo (H.O.V.A.)”, e vulnerável (“Song Cry”). Com a exceção de LL COOL J, o cenário do rap não tinha outros exemplos de renascimentos.

Mas The Blueprint forçou os parâmetros líricos do hip-hop mainstream ao mesmo tempo em que voltou às suas origens, graças aos samples de rock clássico e soul (cortesia, em parte, de um jovem produtor chamado Kanye West). O resultado foi um álbum que ajudaria a estabelecer o rap como uma música com continuidade histórica.

“É muito educativo para toda a molecada do corre... não dá para odiar um cara que te mostra o plano e que já passou pelo teste.”

Playboi Carti

“Reasonable Doubt, classic/ Shoulda went triple” [em tradução livre: “Reasonable Doubt, clássico/ Deveria ter sido triplo de platina”], rima Jay em “Blueprint (Momma Loves Me)”: uma referência ao seu primeiro álbum, mas também um lembrete de que ele não estava satisfeito. É possível estar no topo e ainda sentir que falta alguma coisa? Em The Blueprint, Jay tem tudo – e quer ainda mais.

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The Blueprint