Arranjos de Brian Wilson deram uma complexidade inédita ao rock
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Os arranjos de Brian Wilson conferiram uma complexidade inédita ao rock, mas também revelaram um aspecto simples e poético: quando você é jovem, tudo tem o impacto de uma orquestra. Numa época em que bandas como The Velvet Underground estavam começando a usar o pop para explorar realidades estimulantes, Pet Sounds (1966) voltou à fantasia do pop dos anos 30, do exotismo dos anos 50, da antiga Hollywood e do começo da televisão. E, por mais sagrado que seja o clima do álbum (Wilson disse que Smile, seu projeto seguinte, era uma “sinfonia adolescente para Deus”), faz sentido que o letrista Tony Asher tenha vindo da publicidade: Wilson sabia que precisava projetar algo bem feito, imediato e universal.
“Fez as pessoas entenderem que um álbum pode ser uma jornada incrível.”
O legado mais duradouro de Pet Sounds é a ideia de que a música pop, algo acessível e extrovertido, pode ser usada para expressar um universo introspectivo e profundo. A relação de Wilson com LSD não se revela de modo evidente, mas embarque nessa aventura e perceba como ele extrai sentimentos densos dessa experiência.