Uma obra-prima que definiu o padrão do R&B moderno
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Em 2017, Ctrl – um projeto recheado de amor, sexo, insegurança e coração partido – se tornou um dos álbuns mais influentes do R&B moderno. Foi a trilha sonora de muita gente com seus 20 e poucos anos, salientando as dores do crescimento da juventude por meio de letras confessionais e fáceis de se identificar e ruminações saídas dos chats com os amigos. Cinco anos depois, SZA voltou – ainda igualmente honesta, mas trocando o amor-próprio e a aceitação pela rebeldia. SOS é o som de uma pessoa que está cansada.
A faixa-título, “Smoking on my Ex Pack” e “Far” exibem exaustão e cautela; mas em “Conceited” e “Forgiveless”, SZA encontra autoconfiança. Em “Ghost in the Machine”, ela contempla, ao lado de Phoebe Bridgers, outro ícone da geração Z, a perda da sua privacidade e humanidade. A evolução entre os álbuns é tão estilística quanto lírica, misturando suas adoradas batidas lo-fi com floreios inspirados no punk e no grunge. E todos esses elementos estão muito bem encaixados: SOS é a obra-prima majestosa e visceral que o momento merece.