A lendária declaração final de um dos ícones do rap dos anos 90.
All Eyez on Me
2Pac
62
Numa carreira discográfica que durou menos de meia década, a figura mais complexa do hip-hop revelou-se multifacetada. Foi um político revolucionário em Strictly 4 My N.I.G.G.A.Z., de 1993, tratou as suas rimas como entradas de um diário intimista em Me Against the World, de 1995, e não escondeu o seu lado mais temperamental e impulsivo no projeto Makaveli, lançado pouco depois da sua morte, em setembro de 1996. No entanto, a maioria das 27 faixas de All Eyez on Me, o último álbum que editou ainda em vida, mostra 2Pac como um rebelde do gangsta rap. Além disso, afirma-o como um dos incontestados reis do G-funk dos anos 90 e génio criador de uma das mais marcantes obras do género.
“Terei sempre aquela intenção de atingir um certo nível de empatia e compaixão em relação a um álbum, tal como Pac o fez em relação à música.”
Kendrick Lamar
Apesar de All Eyez on Me ter momentos profundamente pessoais e emotivos (“Life Goes On”), rimas de cariz sexual bastante gráfico (“What's Ya Phone #”) e momentos mais narrativos e envolventes (“Shorty Wanna Be a Thug”), é, na verdade, um álbum bem mais conhecido por autênticos hinos desafiantes como “Ambitionz Az a Ridah” e “Picture Me Rollin’”. Nesses temas, uma das canetas mais criativas da música mostra o seu lado mais combativo e grandioso, feito que o elevou à condição de ícone do gangsta rap dos anos 90.