Um estudo de amor e perda, de modo íntimo e universal
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Em 1971, quando lançou Blue, seu quarto álbum de estúdio, a canadense Joni Mitchell já tinha deixado para trás os palcos de Saskatchewan, província onde cresceu, e a cena folk de Toronto. Ela era presença constante em Laurel Canyon, centro da contracultura de Los Angeles, e tinha se tornado a cantora e compositora favorita de alguns dos principais cantores e compositores da época, como Graham Nash (com quem tinha sido casada e provável inspiração de “My Old Man” e “A Case of You”), David Crosby (produtor do primeiro álbum dela), Leonard Cohen e James Taylor.
Blue marca um momento de transição na vida pessoal de Mitchell, que tinha acabado de se separar de Nash e estava apaixonada por Taylor. Portanto o álbum é um retrato do coração de Mitchell naquele momento, mas também é uma obra que explora o amor e a perda em um sentido mais amplo, como em “Little Green”, uma ode à filha que ela deu para adoção, algo que ela só revelaria nos anos 90. Prova incontestável do talento de Mitchell, Blue mostra a disposição da cantora em compartilhar as suas verdades mais íntimas.