Selecionar um país ou região

África, Oriente Médio e Índia

Ásia‑Pacífico

Europa

América Latina e Caribe

Estados Unidos e Canadá

Apple Music: 100 Melhores Álbuns

Conteúdo não disponível na sua região

After the Gold Rush

Neil Young

81

Desleixado, mas direto, o álbum que é a matriz do rock acústico desolador

After the Gold Rush (1970) foi provavelmente o primeiro álbum multiplatinado gravado no porão da casa de alguém – e ele soa exatamente assim. Neil Young encontrou seu lugar no estilo que o definiu pelos mais de 50 anos seguintes: intuitivo, direto, um pouco bagunçado, mas com uma conduta sólida e confiável sobre o que muitas vezes pareciam ser verdades criativas profundas. Quando o badalado guitarrista Nils Lofgren, ainda adolescente, aceitou seu pedido para tocar piano, mesmo dizendo que não sabia fazer isso, Young achou ótimo – era precisamente o tipo de pianista que ele estava procurando.

Em um momento em que o otimismo dos anos 60 estava se dissipando sob o peso da realidade da Guerra do Vietnã e da degradação ecológica, Young tomou – o agora familiar – rumo de se envolver com o que estava acontecendo ao seu redor e se retirar para um lugar menos barulhento e mais desolador (“After the Gold Rush”), um tom que nos daria basicamente tudo, de Elliott Smith a Bon Iver. James Taylor e Joni Mitchell podiam ficar com a sofisticação deles – Young continuaria rimando “burning” com “turning” e “fly” com “sky”.

Conteúdo não disponível na sua região
Conteúdo não disponível na sua região

The Marshall Mathers LP

Eminem

80

Provocativo, grudento e pensado para enfurecer o mundo

O próprio Eminem já reconheceu que The Marshall Mathers LP (2000) foi seu auge. Ele já era alvo de críticas depois do lendário The Slim Shady LP no ano anterior, mas aqui suas provocações eram ainda mais insolentes (a violência excessiva de “Kim”) e seus momentos mais grudentos estavam entre os mais tocados – e cantados – do pop do início dos anos 2000 (“The Real Slim Shady”). E se você achou, para além das rimas sarcásticas e provocativas, que Eminem não seria capaz de criar algo profundo e empático, “Stan” é tão incisiva na maneira como retrata o desespero do dia a dia quanto uma música de Bruce Springsteen.

"Eu faço rap pra ser o melhor rapper... quando você se empenha nesse nível, é o que inspira a grandeza.”

Eminem

Dito isso, é importante não esquecer que o álbum também mostra o rapper errando a mão ao usar xingamentos homofóbicos para insultar seus detratores. Esse tipo de humor comprometeu a principal mensagem que ele queria transmitir – a de que ele estava sendo um bode expiatório para problemas maiores. “Wasn’t me, Slim Shady said to do it again” [em tradução livre” “Não fui eu, Slim Shady falou para fazer de novo”], ele rima em “Who Knew”, personificando um adolescente armado. “Damn, how much damage can you do with a pen?” [“Quanto estrago você pode fazer com uma caneta?”]. Um ano antes, Eminem afirmou que Deus o enviou para enfurecer o mundo. The Marshall Mathers LP deixou o rapper um passo mais perto da meta divina.

The Marshall Mathers LP, por Eminem