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Apple Music: 100 Melhores Álbuns

Esta é uma imagem da capa do álbum “@@album_name@@”, por @@artist_name@@.

The Joshua Tree

U2

49

O salto do U2 para o sucesso mundial explorou as liberdades que vêm com as restrições

The Joshua Tree (1987) representou um novo caminho para o U2: a influência gospel, a nudez emocional, a introdução do eufemismo em uma sonoridade que se definia justamente pela sua franqueza. No passado, eles deixavam o processo de composição rolar solto e espontâneo. Já aqui, eles passaram a explorar as liberdades que vêm com as restrições.

Se você se debruçar sobre o álbum, vai conseguir separar o som em camadas: os resquícios da guitarra, os pedacinhos da percussão (“One Tree Hill”). Mas se você se afastar, tudo vai soar minimalista e direto. As letras apontam para o amor romântico (“With or Without You”, “I Still Haven’t Found What I’m Looking For”), mas também pela busca por Deus e por sentido – um reflexo das dualidades que eles encontraram tanto no gospel quanto no romantismo de Van Morrison e Patti Smith. O pano de fundo – uma espécie de sonoridade aquarelada, cortesia de Brian Eno e Daniel Lanois – captura a mudança constante. Mas o primeiro plano – os ritmos no compasso de marcha, os vocais fervorosos – é firme e inabalável. Eles fazem rock com as ferramentas de sua época, mas também chegam a algo perpétuo.

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Paul’s Boutique

Beastie Boys

48

Os garotos que foram para Hollywood bagunçar o hip-hop

Em 1989, antes que os processos judiciais barrassem a festa, o sample no hip-hop vivia em uma terra sem lei. Acontece que, naquele ano, os Beastie Boys também viviam em uma terra sem lei, migrando de sua terra natal, Nova York, para Hollywood Hills, para colher os louros do sucesso estrondoso de Licensed to Ill, lançado três anos antes. Paul’s Boutique é a porrada frenética e acelerada que resultou destes dois fenômenos simultâneos.

“A gente decidiu colocar todas as nossas ideias malucas no álbum.”

Adam “Ad-Rock” Horovitz

Beastie Boys

Depois de um rompimento complicado com a Def Jam Records e Rick Rubin, os Beasties convocaram a dupla The Dust Brothers, de Los Angeles, para assumir a produção. Sobre as colagens caleidoscópicas de samples de soul e funk vintage (alguns obscuros e todos à beira de se tornar impossivelmente caros), além de um fragmento de “The End”, dos Beatles, Mike D, MCA e Ad-Rock se deleitam com os prazeres primitivos do hedonismo, do vandalismo e com a “barba igual a de um bode” de MCA [da letra de “Shake Your Rump”]. O álbum não parecia com nada do que eles já tivessem feito – ou que qualquer outro artista já tivesse feito – e foi um fracasso comercial. Três anos mais tarde, eles trocaram os samples potencialmente litigiosos por instrumentos ao vivo, se reinventando pela terceira vez em três álbuns. Mas Paul’s Boutique permanece sendo um monumento à arte do sample – e um bastião do hip-hop em sua forma mais inventiva e maliciosa.

Paul’s Boutique, por Beastie Boys