Prince incorpora suas contradições em um dos álbuns mais completos do pop
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Sign O’ The Times (1987) não é apenas o álbum mais completo de Prince, é um dos álbuns mais completos do pop. Tudo o que ele explorou nos primeiros dez anos de carreira está aqui: R&B, soul, rock e gospel, vinhetas estilo Beatles (“Starfish and Coffee”, “The Ballad of Dorothy Parker”) e funk carnal (“U Got the Look”) – tudo solo, sem a banda The Revolution. Ele é tão contemporâneo e político quanto o rap (“Sign O’ The Times”) e tão clássico quanto uma balada doo-wop (“Adore”) – e é essa música minimalista, mas altamente expressiva, que se torna sinônimo de Prince.
Sagrado como em “The Cross” e profano como em “Hot Thing”, além de festivo, intimista, brincalhão e sério, Prince incorpora as suas contradições em vez de resolvê-las. E ao fazer isso ele abre espaço para a sua personalidade. Os homens negros não podiam ser tão sensíveis e esquisitos assim – aliás, nem os homens brancos. Sign O’ The Times é a obra-prima de Prince, um superstar que estava no auge.