O segundo auge da banda que soube evoluir sem perder sua essência
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Dá para imaginar AM (2013) como um álbum que o Arctic Monkeys construiu cuidadosamente ao longo de meia década. Existe ali uma vontade de se distanciar do som de uma banda de garagem e de combinar riffs setentistas no melhor estilo Black Sabbath com a produção elegante dos álbuns do Dr. Dre que eles ouviam juntos na adolescência. Desta vontade nasceu um dos trabalhos mais inovadores da ainda jovem carreira da banda – uma mistura hipnotizante de rock sofisticado e rítmico com a ginga do R&B.
“Este álbum recomeçou a coisa toda.”
A abertura do álbum – e seu cartão de visita – “Do I Wanna Know?” condensa todas as intenções de AM: ganchos comoventes e riffs agudos sobre uma batida ao mesmo tempo potente e minimalista. O Arctic Monkeys já tinha feito um dos álbuns de estreia mais empolgantes de todos os tempos, Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not, de 2006. Sua segunda obra-prima, de alguma forma, eclipsou a anterior, trazendo a valiosa lição de como uma banda pode evoluir e experimentar coisas novas sem sacrificar sua essência.