A obra-prima do country que expandiu e reimaginou as possibilidades do gênero
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Todo mundo foi pego de surpresa, inclusive a própria Kacey Musgraves – cuja expressão de choque até virou meme depois que ela venceu o GRAMMY na categoria Álbum do Ano por Golden Hour (2018). Xodó de Kacey, o álbum é um projeto dedicado a novos amores, criado com uma nova equipe de produção (Ian Fitchuk e Daniel Tashian), um pouquinho de LSD e gravado no estúdio em cima do estábulo de Sheryl Crow. E esse xodó catapultou Kacey do status de queridinha da crítica para o estrelato mundial.
Golden Hour é uma obra-prima de country pop etéreo – algumas vezes psicodélico, outras vezes disco, mas sempre sustentado pelo vocal afiado e comovente de Musgraves. “Slow Burn”, com o dedilhado de abertura em tom menor, conduz as antigas inclinações acústicas da cantora para um caleidoscópio de novas sonoridades. “Space Cowboy” é a balada country perfeita; o encerramento do álbum, “Rainbow”, é um abraço acolhedor na juventude queer, reafirmando o comprometimento de Musgraves com esta comunidade. Em suas mãos, a música country expande os limites da imaginação – e a artista estende o convite para quem quiser se juntar a ela na jornada.