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Apple Music: 100 Melhores Álbuns

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Blue Lines

Massive Attack

87

De Bristol, no Reino Unido, uma mistura pioneira de soul suave e paranoia fervilhante

Inspirados pelo reggae da diáspora caribenha na sua nativa Bristol, no Reino Unido, e pelo recém-nascido rap britânico, o Massive Attack, um coletivo de DJs e MCs, estabeleceu uma nova estética ao misturar uma clareza formidável com uma brisa paranoica. Essa tensão entre o desconfortável e o harmônico segue firme ao longo do seu álbum de estreia, Blue Lines (1991), mas é justamente no hit “Unfinished Sympathy” que eles chegam ao auge. Combinando orquestrações de cordas, samples vocais atmosféricos e a voz da cantora Shara Nelson lamentando um amor não correspondido, o Massive Attack criou cinco minutos de soul music que estimulam e confortam a alma na mesma medida.

O grupo passou a ser rotulado como inovador de um novo gênero, o descontraído trip-hop, abraçado por dezenas de artistas e tema de centenas de playlists estilo chill out. Mas não tem nada relaxado em Blue Lines: em meio às melodias eufóricas está um vocal sinistro e, entremeada no seu groove, há uma linha de baixo que quase chega a ser distorcida. Existe sempre um bom motivo para olharmos sobre o ombro.

“Nunca fui um idealista, mas eu sentia que podia mudar a vida de outras pessoas com o que estávamos fazendo.”

3D

Massive Attack

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My Life

Mary J. Blige

86

Gospel, graça e garra são os ingredientes fundamentais da obra-prima da rainha do hip-hop soul

No álbum de estreia de Mary J. Blige, What’s the 411?, a recém-descoberta “rainha do hip-hop soul” transbordava um R&B confessional com uma sensibilidade hip-hop jovial. Já no segundo álbum, o estrondoso My Life, de 1994, a artista com então 23 anos trouxe uma narrativa ainda mais pessoal, expondo sua depressão, a luta contra o vício em drogas e álcool, a violência doméstica da qual foi vítima, o rompimento doloroso e, sobretudo, a fortaleza espiritual que a carregou nesses tempos sombrios. E, no meio de tudo isso, Blige ainda tentava processar sua mudança de vida repentina – dos conjuntos habitacionais de Yonkers, Nova York, para a fama mundial.

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Chucky Thompson, integrante do coletivo de produtores Hitman, da Bad Boy Records, amarrou os beats com samples de funk e hits dos seus contemporâneos do hip-hop. Do outro lado, Blige adicionou graça e garra ao ritmo do gospel. Essa estética alcança seu auge na sublime “My Life”: aqui, a cantora trouxe camadas de melancolia e de uma esperança com muitas reservas sobre o sample de “Everybody Loves the Sunshine”, de Roy Ayers. Mas o álbum encontrou sua verdadeira intenção na última faixa, “Be Happy”: “All I really want is to be happy” [“Tudo o que quero é ser feliz”], canta Blige sobre um slap no baixo tirado de “You're So Good to Me”, de Curtis Mayfield. “I don’t wanna have to worry about nothin’ no more” [em tradução livre: “Eu não quero mais ter que me preocupar com nada”].

“Eu estava tentando me curar. Eu vivi um inferno. Quando lancei o álbum, ele deu início a um movimento.”

Mary J. Blige

AO VIVO
My Life, por Mary J. Blige